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Bento Gonçalves - RS - dez/2016

Pra quem está fazendo o roteiro europeu pelo sul do país pela primeira vez, a próxima parada seria em Caxias do Sul, mas como já passamos por lá numa outra viagem, resolvemos seguir direto para Bento Gonçalves.

Chegamos lá já no final do dia e fomos direto para o apartamento que havíamos alugado pelo Airbnb. Depois saímos para comprar algumas coisas no mercado e comer. Optamos por um shopping, pois queríamos algo rápido, e me surpreendi com o talharim ao molho pesto. Não sei se a fome que era grande, mas estava delicioso.

No dia seguinte saímos a procura dos "Caminhos de Pedra". Para quem vai a Bento Gonçalves pela primeira vez, o principal passeio é, sem dúvida, pelo Vale dos Vinhedos, mas como já estivemos por lá e pela cidade em outras duas oportunidades, dessa vez viemos exclusivamente para conhecer os Caminhos de Pedra.

Antes de seguirmos, passamos pelo Centro de Informações Turísticas na entrada da cidade, onde fica o pórtico em formato de pipa, para pegarmos algumas informações e mapas do caminho.

Também já falei sobre o Pórtico Pipa na postagem da viagem anterior à cidade.



O roteiro Caminhos de Pedra, Idealizado pelo Eng. Tarcísio Vasco Michelon e pelo Arq. Júlio Posenato, visa resgatar, preservar e dinamizar a cultura que os imigrantes italianos trouxeram à serra gaúcha a partir de 1875.

O fato de concentrar o maior acervo arquitetônico da imigração italiana em meio rural do país e a preocupação com a preservação do patrimônio histórico material e imaterial rendeu aos Caminhos de Pedra o qualificativo de “museu vivo”. Em 2009 por iniciativa do Dep. Estadual Jerônimo Pizzoloto Güerguen, e apoio do IPHAE (Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado) foi declarado patrimônio histórico e cultural do RS pela Lei Estadual 13.177/09 promulgada pela então Governadora Yeda Rorato Crusius.

O roteiro de sete quilômetros passa por 28 construções em pedra e madeira, formando um cenário que remete à região Norte da Itália. São moinhos, casas de massas, de teares, de erva-mate e de ovelhas, além de cantinas e capelas. Nos estabelecimentos ao longo do caminho há ofertas de produtos coloniais, como queijos, salames, conservas, doces, sucos, geléias, biscoitos, iogurtes, massas e vinhos artesanais, mate para chimarrão e produtos à base de leite de ovelha. Quem não está de carro pode fazer o percurso em um ônibus antigo - as agências de turismo da cidade organizam os passeios.

Na maioria dessas construções funcionam hoje estabelecimentos comerciais, e você pode escolher os quais pretende visitar. Para maiores informações sobre o roteiro e sobre os pontos de visitação, clique aqui.

Nossa primeira parada foi na Casa do Tomate. A Casa abriga a família que é descendente de italianos e tem como objetivos  a preservação e a  divulgação da história  do local bem como a importância da existência do roteiro. Além da língua portuguesa atende o visitante, no dialeto italiano e na língua inglesa.  Agroindústria em 2012 iniciou a produção da cerveja artesanal incluindo a de tomate, a casa oferece um passeio em vários ambientes: indústria, plantação e varejo, a degustação derivados do tomate e o refrigerante natural.

Conhecemos um pouco da história e descobrimos que o tomate não é um fruto típico da Itália, e sim da região Andina, englobando Peru, norte do Chile e Equador. O tomate só chegou à Europa no século XVI, e no início eles não eram comidos, mas usados como decoração nas mesas de banquetes. Os italianos foram os primeiros a usar tomate como comida. Por lá, chamaram a fruta de "pomo d'oro" (pomo de ouro), que também deu origem ao nome da receita de molho de tomate pomodoro.


Os produtos para degustação são fantásticos. Dá vontade de comprar todos.

Logo à diante passamos pela Pousada Cantelli. A casa foi construída em 1878 pela família de Sebastiano De Marchi. As obras de restauro, prevendo sua adaptação para pousada, iniciaram em maio de 2010. A Pousada Cantelli constitui-se no primeiro meio de hospedagem a funcionar nos Caminhos de Pedra.


Nossa segunda parada foi na Parque das Ovelhas (ou Casa da Ovelha). Esse é sem dúvida o principal passeio do Roteiro.


Dentro de sua estrutura, está a fazenda, o laticínio e o parque de vivências. Sua porta de entrada fica em um casarão construído em 1917 e que mantém suas características originais, por se tratar de um prédio histórico, testemunha do desenvolvimento e da história do lugar. O Parque constitui em um momento de diversão para toda a família com experiências típicas de uma fazenda de ovinos, com pastoreios e falcoaria. Ainda uma loja turística, vende os derivados de leite de ovelha produzidos na propriedade (muitos sem glúten e sem lactose) e muitos "souvenirs". Um local para momentos felizes junto às ovelhas!

A entrada do Parque é paga, mas vale muito a pena. Foram momentos inesquecíveis!

Pastoreio com o cães da raça Border Collie





Falcoaria  

A arte de criar, treinar e cuidar de falcões e outras aves de rapina. 











Amamentação das ovelhas















Ao final do passeio, o Parque oferece uma degustação de queijos e iogurtes da Casa da Ovelha, com informações sobre a maturação dos queijos. Os produtos são excelentes, principalmente os pecorinos com maior tempo de maturação.

Para maiores informações sobre o Parque e sobre os produtos da Casa da Ovelha, clique aqui.

Saímos do Parque já quase duas horas da tarde e paramos para almoçar na Casa Fracalossi Restaurante e Café Colnial.

O prédio foi construído totalmente em pedra basalto com o intuito de abrigar a família de Juarez Fracalossi no andar superior e o restaurante na parte inferior.


O almoço típico colonial foi uma atração a parte. As carnes e as massas estavam perfeitas. O melhor espaguete alho e óleo que já comi.




À direita do restaurante fica a Casa das Massas e do Artesantato

Abriu suas portas em julho de 2005 em uma casa que originalmente pertenceu á  família Dal Pizzol e estava localizada no interior de Farroupilha. O velho casarão de madeira, construído por volta de 1910 foi desmontado e reconstruído pelo atual proprietário Edemilsom Tomasi que, com a família, recebe o visitante colocando à  disposição do mesmo peças de artesanato, souvenirs e lembranças. No andar superior funciona um pequeno museu onde está exposto o ferramental utilizado tradicionalmente pelos artesãos locais para trabalhar a madeira. Na cozinha da casa funciona uma fábrica de massas caseiras que produz artesanalmente o tortéi, capeletti, massas e biscoitos típicos do cardápio italiano.




À esquerda do restaurante ficam a Casa da Tecelagem e o Porão de Pedra.

Casa da Tecelagem

A história da Casa da Tecelagem teve início em 1995 quando a artesã Justina Foresti resgatou a arte da tecelagem manual e passou a receber os turistas no seu pequeno atelier em sua residência. A partir de 2008, o casarão de madeira originalmente construído em 1915 é recuperado para então receber a Casa da Tecelagem.

Na casa funciona o atelier onde o visitante pode presenciar a produção de peças exclusivas, tecidas nos teares manuais e que podem ser adquiridas no local. O atelier possui um tear e uma roca antigos, fabricados há mais de um século.

Porão de Pedra

Um lugar repleto de personalidade localizado no antigo porão Giacomini recebeu uma moderna releitura e agora é o “Porão de Pedra – Preciosidades em Pedra”. Hoje, o casarão de propriedade de Justina Foresti abriga no segundo pavimento a já consagrada Casa da Tecelagem.


A Casa da Erva-Mate, construída no local onde funcionava o antigo moinho Cecconello, é exemplo de um processo de aculturação. A Erva-Mate, planta muito comum na região, era conhecida e utilizada como bebida pelos índios também chamados de bugres, que a chamavam de "Ca-á". O imigrante italiano, além de absorver o hábito de consumi-la, agregou-lhe a tecnologia que permitiu a produção em grande escala. No local é feita a demonstração do processo de produção artesanal com históricos soques movidos á roda d'água. No varejo, que funciona no porão da residência da família Ferrari, é explicado ao visitante todo o ritual da preparação do tradicional chimarrão gaúcho seguido de degustação do mesmo. O varejo também concentra uma grande variedade de artigos e produtos ligados à erva-mate e ao tradicionalismo gaúcho que podem ser adquiridos pelo visitante.

Como já era tarde e começava a chover, não fizemos a vista ao interior da casa, mas visita externa já valeu a pena.




Dali retornamos pelo mesmo caminho, e passamos na Salumeria Caminhos de Pedra para comprar uns embutidos.

A casa onde a Salumeria se encontra, representa uma edificação característica da imigração italiana no Rio Grande do Sul, mostrando a integração entre as antigas técnicas de origem Etrusco-Romana, da tradição construtiva da arquitetura camponesa do norte da Itália, origem da família Agnoletto proprietária da Salumeria Caminhos de Pedra.
Não consegui fotografar o local, pois estava chovendo bastante. 

Mais adiante passamos rapidamente pelo Restaurante da Nona Ludia ver a enorme árvore que cresce ao lado da casa.
A casa foi construída por volta de 1880 pelo imigrante Giuseppe Dall'Acqua. Foi adquirida por Francesco Macalós (primeiro proprietário), logo após pela família Mancaluzzi. Por volta de 1925 passa a ser propriedade da família Bertarello que em 1930 é rebocada ficando totalmente descaracterizada por mais de 60 anos. Em 1994 readquiriu a beleza original sendo a primeira casa restaurada pelo Projeto Cultural Caminhos de Pedra com recursos do Hotel Dall’Onder. Atualmente é propriedade de Hari Bertarello (in memorian), e abriga restaurante típico colonial italiano dirigido pela família Cantelli. Ao lado da casa destaca-se a enorme Maria Mole (ou Umbu) sob seu tronco e raízes forma uma pequena gruta que foi utilizada como abrigo provisório pelos primeiros imigrantes.  





E para finalizar, mais uma parada rápida para fotografar o Restaurante Casa Ângelo.

A casa foi construída em 1889, com pedras de basalto irregular de cor preta, unidas entre si com uma mistura de feno, palha de trigo e estrume de vaca. Destaca-se o sótão, também chamado de "granaro", que servia para armazenagem de grãos e forragens, e também como isolante térmico no inverno. Originalmente era coberta de tabuinhas de madeira. As telhas em cerâmica, muito utilizadas pelos alemães, só mais tarde foram incorporadas à arquitetura italiana.

Em maio de 1992 a casa recebeu o primeiro grupo de turistas, marcando início no roteiro Caminhos de Pedra, e somente em fevereiro de 2015 começou a funcionar ali o então Restaurante Casa Angelo.


Ao final do passeio, estávamos exaustos, mas foi um dia incrível. Passamos no mercado para comprar um vinho e voltamos para o apartamento. Naquela noite nos fartamos de queijos, embutidos, e patês de tomate com torradas comprados pelo Caminho. Tudo delicioso!

No dia seguinte, antes de seguirmos viagem, resolvemos passar rapidamente pelo Vale dos Vinhedos para fazer nossa referência à Toscana, com a nossa plaquinha inseparável.












E já que estávamos no Vale dos Vinhedos, não poderíamos deixar de visitar pelo menos uma vinícola. Escolhemos a Dom Cândido.

O pessoal foi super atencioso. Nos deixaram visitar os vinhedos (fotos acima), mesmo sem fazer a visita guiada. Já havíamos feito visitas guiadas em outras vinícolas em viagens anteriores, e é tudo igual. Como não tínhamos muito tempo, optamos apenas pela degustação. Ou melhor, minha irmã optou pela degustação, porque o Marcelo estava dirigindo e eu estava tomando remédio, e já havia tomado um pouco de vinho na noite anterior. Não podia abusar.




E deixando o Vale, passamos por mais alguns vinhedos na beira da estrada.








Seguindo viagem, nosso próximo destino era Gramado, mas fizemos uma parada em Carlos Barbosa para almoçar.

Na entrada da cidade fica a estação de trem, onde é possível fazer o passeio de Maria Fumaça até Bento Gonçalves. Fizemos esse passeio no sentido contrário quando estivemos na região em 2007.

Dessa vez paramos apenas para fotografar a estrada de ferro, que estava rodeada de flores.




Almoçamos no centro da cidade e visitamos a loja da Tramontina, também no centro de Carlos Barbosa. Depois seguimos para Gramado.
 

Fontes:

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