Centro Histórico de Curitiba
O Centro Histórico de Curitiba revela, por de trás das antigas
construções e das intrigantes ruas estreitas e calçadas de paralelepípedos,
uma história repleta de memória.
O início dessa história acontece,
oficialmente, durante o século XVII. Denominado também de setor
histórico e popularmente conhecido com Largo da Ordem, o
centro histórico representa o início da povoação do segundo planalto
paranaense, onde foi oficialmente fundada a Vila de Nossa Senhora da Luz
dos Pinhais em 1693. Esta região da cidade compreende o atual Bairro de
São Francisco e parte do Centro de Curitiba.
Hoje é um tradicional ponto de encontro da população, pois, além das
construções históricas, abrigas vários bares, pubs, restaurantes e a
famosa feira de artesanatos nas manhãs de domingo
Entre as principais construções históricas está a Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Chagas ou, como chamam os moradores, Igreja da Ordem. Fundada em 1737 como Igreja de Nossa Senhora do Terço, ela é o templo religioso mais antigo da cidade e abriga também o Museu de Arte Sacra.
Em frente à Igreja está o Bebedouro do Largo da Ordem, uma fonte construída em pedra, com uma bacia de ferro no topo, datado de meados do século 18. Na época, os tropeiros e fazendeiros da região de Curitiba costumavam dar de beber a seus cavalos e mulas no bebedouro, enquanto vendiam ou trocavam seus produtos com os de outros colonos no mercado que funcionava no local onde hoje é o Largo da Ordem.
A Casa Vermelha foi construída no final do século XIX, encomendada pelo alemão Wilhelm Peters. Na época, a região era conhecida como Páteo de São Francisco das Chagas e tinha como principais construções a Igreja da Ordem, o bebedouro e a Casa Romário Martins. Em 1916 passou a ser conhecida como “Casa Vermelha”, quando era propriedade de Eurico Fonseca dos Santos e seus sócios – no ano seguinte, a região passou a ser chamada de “Largo Coronel Enéas”, nome que se mantém até hoje. Em 2014, após uma reforma, passou a fazer parte do Schwarzwald Bar do Alemão, um dos comércios mais tradicionais da região.
Casa Vermelha - 2005 |
Casa Vermelha e Bebedouro do Largo da Ordem, no canto esquerdo - 2016 |
Casa Vermelha e Bebedouro do Largo da Ordem - 2018 |
Outro atrativo do Largo Coronel Enéas é a
Casa Romário Martins, inaugurada em 14 de dezembro de 1973, que passou a sediar o primeiro núcleo voltado à
preservação dos suportes da memória de Curitiba, base inicial da Casa da
Memória e da Diretoria de Patrimônio Cultural do município.
Último exemplar da arquitetura colonial
portuguesa no centro de Curitiba, a edificação foi utilizada como
moradia até o início do século passado, quando passou a abrigar o
armazém de secos e molhados de propriedade de Guilherme Etzel e, a
partir de 1930, o armazém do Roque. Manteve atividades comerciais até
sua desapropriação, em 1970, pela Prefeitura Municipal de Curitiba.
Restaurada conforme projeto do arquiteto Cyro Ilídio Corrêa D'Oliveira
Lyra, recebeu na inauguração o nome de Casa Romário Martins, em
homenagem ao historiador e pesquisador Alfredo Romário Martins, autor de
inúmeras obras referenciais sobre Curitiba.
O Memorial de Curitiba é outro destaque do Centro Histórico, um espaço moderno, concebido para abrigar atividades culturais múltiplas, incluindo exposições e apresentações cênicas e musicais, e preservar e expor a história da cidade. O espaço também é utilizado para seminários, palestras, oficinas, congressos, lançamentos de livros, entre outras atividades. Suas instalações compreendem salas de exposições, um auditório de 144 lugares, o Mirante do Marumbi e uma praça interna para grandes eventos.
Casa Romário Martins (casa branca) |
O Memorial de Curitiba é outro destaque do Centro Histórico, um espaço moderno, concebido para abrigar atividades culturais múltiplas, incluindo exposições e apresentações cênicas e musicais, e preservar e expor a história da cidade. O espaço também é utilizado para seminários, palestras, oficinas, congressos, lançamentos de livros, entre outras atividades. Suas instalações compreendem salas de exposições, um auditório de 144 lugares, o Mirante do Marumbi e uma praça interna para grandes eventos.
Na parte mais alta do Largo da Ordem está a Praça Garibaldi. Antes de ser inaugurada, em 1946, com o nome de Praça Garibaldi,
sua denominação primeira foi Praça Dr. Faria Sobrinho e, mais tarde
Praça do Rosário. Abriga
construções e monumentos que contam a historia da cidade. Exemplo disso é
o Palacete Wolf, a Igreja do Rosário, a Sociedade Garibaldi, em estilo
neo-clássico, a Igreja Presbiteriana Independente, e a antiga “Mansão de
Nhá França”.
O busto de Monsenhor Celso, o Relógio das Flores, a Fonte da Memória,
as Galerias de Arte e as Lojas de Antigüidades e de Artesanato
completam o conjunto de estruturas ali existentes.
O Palacete Wolf, construído pelo imigrante austríaco Fredolin Wolf, em 1880, foi sede da Fundação Cultural de Curitiba até 2006, quando passou a ser sede da Coordenação de Literatura. O Palacete abriga, ainda, a Livraria Dario Vellozo, espaço alternativo para comercialização de obras literárias não comumente encontradas no circuito comercial, que procura evidenciar as publicações da própria Fundação Cultural de Curitiba, de escritores independentes, abrangendo publicações de cunho histórico, de artes e CDs, e atua como pólo cultural ao promover a divulgação de novos escritores, principalmente os talentos locais.
Palacete Wolf, em laranja |
A atual Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos de São Benedito, conhecida como Igreja do Rosário, é uma construção de 1946, em estilo barroco. Construída no mesmo local da antiga igreja, demolida em 1931. A primeira igreja do Rosário foi construída por escravos e para os escravos, inaugurada em 1737, em estilo colonial. Era a terceira igreja de Curitiba, depois da Matriz e da Igreja da Ordem. O nome original era Igreja de Nossa Senhora dos Pretos de São Benedito. Com a abolição da escravatura, a igreja perdeu sua razão original de ser. Serviu de matriz de 1875 a 1893, durante a construção da Catedral, na Praça Tiradentes. A fachada atual ainda tem azulejos da igreja original. Seu interior abriga azulejos portugueses, com os Passos da Paixão, e o túmulo do Monsenhor Celso, antigo pároco de Curitiba, falecido em 1931.
Ao lado da Igreja do Rosário está a antiga “Mansão de
Nhá França” construída em 1890 por Ignácio de Paula França e hoje
transformada no Solar do Rosário, um complexo
cultural que envolve Galeria de Arte, Café e Livraria, Restaurante, Casa
de Chá e jardim de esculturas.
Igreja do Rosário e Solar do Rosário |
O palacete de arquitetura francesa neoclássica, que se ergue elegante no centro do Largo da Ordem, guarda entre suas paredes uma parte importante da história sobre a reforma protestante. A construção de 1934, da Primeira Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba, apresenta linhas arquitetônicas regulares, com uma torre central formada por colunas gregas que acomodam uma cúpula arredondada. A obra é do engenheiro Henrique Estrela.
O Palácio Garibaldi, sede da Associação Giuseppe Garibaldi, foi fundada em 1883 e nasceu da ideia de reunir os imigrantes italianos em Curitiba sob o mesmo ideal que levou Giuseppe Garibaldi a lutar pela unificação da Itália e pela Revolução Farroupilha no Brasil. A Sede da Sociedade Garibaldi foi projetada por Ernesto Guaita, engenheiro e agente consular da Itália, natural de Turim, radicado em Curitiba. Em 1988 foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná, continuando a ser a sede da Sociedade Garibaldi. O Palácio é também utilizado para a realização de eventos que buscam requinte e qualidade, somados à sua tradicional arquitetura neoclássica e ricos detalhes internos.
Palácio Garibaldi e Relógio das Flores |
O Relógio das Flores está localizado no centro da Praça Garibaldi, e foi um presente oferecido ao município pela família Rosenmann, no ano de 1972. Apresenta oito metros de diâmetro, com os ponteiros confeccionados em fibra de vidro. Seu funcionamento é baseado na emissão vibrátil do quartzo, que oferece maior precisão, suscetível a um desarranjo máximo de 30 segundos por ano. O acionamento se dá pelo envio de impulsos eletrônicos de um relógio-comando instalado na Igreja do Rosário.
A Fonte da Memória, em forma de uma cabeça de cavalo, é um
tributo aos imigrantes e tropeiros
que vinham a Curitiba para comercializar seus produtos transportados por
carroças e mulas. Os animais utilizavam o bebedouro, já mencionada acima,
ainda existente, no Largo da Ordem. O monumento, que marca um ciclo da história da cidade,
foi instalado na Praça Garibaldi em 1995. É um trabalho, em granito e bronze, do escultor
curitibano Ricardo Tod (1963-2005).
Também no Centro Histórico de Curitiba está localizada a Praça João Cândido, entre as ruas Jaime Reis, Dr. Kellers e Ermelino
de Leão, num dos pontos mais altos da cidade. A praça guarda vestígios
dos primórdios de Curitiba, com os muros de uma igreja inacabada
dedicada a São Francisco de Paula e iniciada no começo do Século XIX. O
local é conhecido por Ruínas de São Francisco. Na praça encontra-se ainda o
Belvedere, antiga construção em estilo art-nouveau, tombado em âmbito estadual desde 1966 e atual sede da Academia Paranaense de Letras.
Em frente à Praça João Cândido destaca-se o belíssimo prédio do Museu Paranaense, fundado em 1876. A edificação, tombada pelo Patrimônio Cultural do estado do Paraná em
1987, foi erguida como residência de Júlio Garmatter, então próspero
empresário do ramo frigorífico, que em meados da década de 1920, em viagem a Alemanha, se encantou por uma mansão situada na cidade de Wiesbaden.
Outro destaque no Centro Histórico é a Mesquita Imam Ali ibn Abi Talib – ou Mesquita de Curitiba.
Inaugurada em 1972, o local surgiu da
necessidade da comunidade árabe na capital paranaense em ter um espaço
sagrado para as orações. O período construtivo durou dois anos e teve
projeto arquitetônico de Kamal David Curi (cristão de origem árabe). A
estrutura conta com uma cúpula central – ladeada por duas torres
denominadas minaretes e orientadas em direção à cidade sagrada de Meca.
No interior há escritórios; biblioteca; anfiteatro; e decoração
produzida através de doações realizadas pela comunidade muçulmana e
empresários árabes da região.
As visitas em maior número acontecem aos
domingos das 10h às 13h30. Há algumas recomendações como a entrada sem
calçados e o uso do véu no caso das mulheres. A Mesquita de Curitiba
disponibiliza o objeto caso o visitante não possua. Um dos destaques é
que o local concilia o ambiente entre os frequentadores das vertentes
sunita e xiita.
Por fim, não podemos deixar de falar da famosa Feira do Largo da Ordem, A feira acontece aos domingos das 9:00 às 14:00 e oferece para seus
visitantes os mais diversos tipos de artesanato (madeiras, tecidos,
pedras, metais, fibras, sementes, gesso, cerâmica, etc...), além de
pinturas em telas, música, teatro de rua.
Além de todos esses produtos, oferece diversidade gastronômica, como
os famosos pastéis de feira, caldo de cana, água de coco, crepes,
chocolates entre outros artesanatos culinários, e comidas típicas como
acarajé, pierogi, empanadas argentinas, batata suíça.
Bolinha de carne seca |
Pastel de siri |
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