Diário de Viagem - Peru - 2018 - parte 3 - continuação - Vale Sagrado dos Incas
- Dia 7 de setembro de 2018
Depois
de uma noite de descanso após nossa visita a Machu Picchu, acordamos cedo para o nosso passeio
pelo Vale Sagrado. Nesse dia minha irmã ficou em Cusco, já que ela havia
feito o passeio no dia em que passei mal.
Como eu já havia mencionado anteriormente, nós tínhamos comprado o passeio pelo Vale Sagrado para o dia 04, mas passei mal naquele dia e não pude ir. Por sorte, a atendente da agência de turismo foi muito legal, e nos cobrou apenas uma pequena diferença para fazermos o passeio em outro dia. Pelo menos não perdemos todo o dinheiro pago. O combinado era que, no dia 07, uma van da agência iria nos pegar às 7:30 no hotel, mas ninguém apareceu no horário combinado, e também não conseguíamos contato com ninguém da agência, que só abria às 8:00. Fiquei bem nervosa porque era nosso último dia em Cusco, e não teria outra oportunidade para fazer aquele passeio. Tivemos que esperar a agência abrir pra ver o que havia acontecido. Foi um erro deles, que não nos incluíram no passeio daquele dia por causa da troca de datas, mas foram muito prestativos para resolver o problema. O pacote que havíamos comprado passaria por Chinchero, Salinas de Maras, Moray, Almoço em Urubamba, Ollantaytambo e Pisac. A atendente conseguiu falar com o guia do grupo, que já estava em Chinchero, e pediu para nos esperarem por lá. Aí ela chamou um táxi, fechou a agência e nos acompanhou até Chinchero para encontrarmos o grupo e seguirmos o passeio a partir dali. Só não deu pra conhecermos Chinchero, mas que era o menos importante de todo o percurso. Dali, seguimos com o grupo.
Como eu já disse antes, são várias as opções de passeios pelo Vale Sagrado, e em Cusco há muitas agências de turismo, então não precisa contratar o passeio com antecedência. Em Cusco, procure uma agência e escolha a opção que melhor lhe atender.

Independente do roteiro escolhido, você vai se encantar com as belas paisagens pelos caminhos do Vale Sagrado.
Salinas de Maras
Maras é uma cidade pequena e bem simples, situada na província de Urubamba, a 40km ao norte de Cusco, e que possui um
atrativo que chama a atenção de turistas do mundo inteiro: uma salina do tempo pré-colombiano (pré-Inca)
com mais de 5000 tanques de sal, que se encontra encravada em um vale
cercado por altas montanhas, e mantém as mesmas antigas técnicas para extração do sal rosa, a partir da evaporação da água e cristalização do sal. Os tanques são abastecidos por um único manancial salgado, ligados por um aqueduto.
Pequenos canais ligam um reservatório a outro onde a água corre
lentamente para baixo, promovendo o processo de evaporação.
É impressionante pensar que há cerca de 20 milhões de anos toda essa região ficava debaixo d'água e, então, quando a Cordilheira dos Andes se levantou, formaram-se os bancos de sal em lagoas de evaporação, em um lindo terreno inclinado. As Salinas de Maras
estão a uma altura de 3.380 metros e são acessíveis apenas por uma
estrada de terra à beira de um penhasco. Na parte de cima na estrada, o
cenário já impressiona.
Complexo Arqueológico de Moray
Além das salinas, a cidade de Maras abriga também o Complexo Arqueológico de Moray, onde os terraços circulares demonstram todo o potencial inca para o plantio de alimentos.
Nesse local, os incas aproveitaram a depressão
natural da montanha para construir terraços e fazer experimentos agrícolas, especialmente com batatas. Afirma-se que a temperatura era
diferente em cada terraço, permitindo reproduzir diferentes microclimas num
único lugar.
Parque Arqueológico de Ollantaytambo
Ollantaytambo é, sem dúvidas, um dos principais atrativos do Vale Sagrado, e está incluído em todas as opções de passeio. Como já havíamos visitado o Parque Arqueológico uns dias antes (pois optamos por pernoitar na cidade para conhecer o lugar com mais calma), nesse dia ficamos pela feirinha, aproveitando para comprar alguns souvenirs, enquanto o pessoal do grupo visitava o Parque Arqueológico. Se tiver tempo, eu sugiro que fique um dia em Ollantaytambo, pois a parada do passeio é muito rápida. Você tem pouco minutos para visitar o Parque Arqueológico, que é imenso, e não dá tempo de conhecer a cidade, que é a única cidade Inca ainda habitada. Vale muito a pena.
Clique aqui para saber como foi nosso passeio pela cidade e pelo Parque Arqueológico de Ollantaytambo uns dias antes.
Gelando a água nos aquedutos de Ollantaytambo |
Parque Arqueológico de Pisac
Pisac é uma pequena cidade localizada a 33km de de Cusco, a 2.972 metros de altitude, e seu sítio arqueológico, localizado a 3.300 metros acima do nível do mar, é um dos mais importantes do Vale Sagrado dos Incas, junto com Ollantaytambo e Machu Picchu.
Alguns passeios disponibilizam muito pouco tempo para Pisac, principalmente se houver atrasos nas paradas anteriores. Se tiver disponibilidade para fazer um passeio exclusivo para Pisac, eu recomendo, porque o Parque é enorme (cerca de 4km de extensão), e as subidas são bastante íngremes e desgastantes. Nós tivemos sorte, pois não houve atraso e tivemos 40 minutos para o passeio (minha irmã teve apenas 15 minutos quando passou por lá), e mesmo assim ficou corrido pra vermos pelo menos o principal.
Como eu já disse, o complexo é gigantesco, e impressiona já na chegada, com seus enormes terraços agrícolas. Os incas eram capazes de identificar os microclimas que haviam nas diversas altitudes dos terraços, cultivando aqueles alimentos que mais se adaptavam, desde a base do vale até o alto da montanha.
As ruínas da cidade construída no alto das montanhas também impressionam. O
parque arqueológico divide-se em vários setores e terraços agrícolas,
além de túneis, pontes, depósitos, aquedutos, cemitério, torres e
templos, e oferece uma magnífica visão do vale e da cidade.
Altura dos terraços em relação ao tamanho das pessoas |
O
cemitério inca é outro lugar impressionante, localizado em uma encosta
de quase cem metros de altura e vários quilômetros de comprimento, na
Montanha Linliy, com cerca de 10.000 tumbas. Os incas acreditavam na reencarnação, por isso mantinham suas múmias com
todas as suas propriedades e alimentos necessários para sua nova vida.
Quando os espanhóis souberam deste costume, não hesitaram em profanar os
túmulos e saquear as joias, metais e pedras preciosas. Hoje vemos apenas os furos em toda a montanha.
Ao final do passeio passamos pelo centro de Pisac. Às terças, quintas e domingos acontece o tradicional mercado de Pisac, deixando a praça colorida com a exposição de produtos, em sua maioria artesanais e típicos peruanos. Nosso passeio foi numa sexta-feira, mas ainda assim havia algumas barracas de artesanato, além de lojas que vendem lindas peças em lã de alpaca e belíssimas joias em prata.
Após as comprinhas, voltamos para Cusco.
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