Manaus - AM - Cruzeiro no Rio Solimões - dezembro/2022
Após três dias desfrutando das belezas da capital amazonense e mais três dias hospedados num hotel de selva às margens do Rio Negro, chegou a vez do cruzeiro pelo Rio Solimões.
Foi dia de jogo do Brasil na Copa do Catar |
Há diversos tipos de embarcações que fazem cruzeiros pela região, mas nós optamos pelo Iberostar Grand Amazon Expedition por oferecer maior conforto e uma experiência totalmente diferente da rusticidade do hotel de selva, onde ficamos nos quatro dias anteriores. Não é um navio de luxo como os grandes navios de cruzeiro que operam no litoral, mas possui uma excelente estrutura, com quartos grandes e confortáveis, piscina, comida e bebida à vontade, diversas opções de comida típica regional, shows e diversos passeios que partem do navio em pequenas lanchas.
O cruzeiro oferece três itinerários diferentes a sua escolha: Rota de 03 noites pelo Rio Solimões, Rota de 04 noites pelo Rio Negro e Roteiro de 07 noites, contemplando as duas rotas. Como já havíamos nos hospedado em um hotel de selva no Rio Negro, optamos por fazer a Rota de 03 noites pelo Rio Solimões.
Quarto com sacada, muito confortável |
Banheiro espaçoso e com excelente ducha |
Sacada do quarto |
Pré almoço com petiscos, massas e pizzas - perto da piscina |
Restaurante principal, com diversas opções de comida regional |
SOBRE OS PASSEIOS
O cruzeiro oferece uma programação com diversas atividades internas e diversas opções de passeios, e você pode escolher entre elas as que mais lhe interessa.
Todos os passeios são feitos em lanchas, cada uma com um guia, enquanto o navio permanece ancorado no Rio Solimões.
No rota de 3 dias pelo Rio Solimões estão inclusos os seguinte passeios a sua escolha: visita à casa do caboclo na região do lago Janauacá, pesca de piranha, passeio noturno na região de Manaquiri, passeio de lancha ao nascer do sol, trilha na floresta na região do Manacapuru, visita à casa flutuante e artesanatos locais, e encontro das águas dos rios Negro e Solimões (esse é visto de dentro do navio).
CASA DO CABOCLO
O primeiro passeio que fizemos foi a visita à casa do Caboclo (casa de um morador local) na região do lago Janauacá para conhecer seu modo de vida, costumes e os cultivos locais.
Os ribeirinhos, chamados de "caboclos amazônicos" ou simplesmente "caboclos", são frutos da miscigenação de índios, negros e brancos, esses, na sua maioria, vindos do nordeste, que migraram para a Amazônia durante o ciclo da borracha, e hoje vivem principalmente do extrativismo do açaí e outras frutas, pesca, confecção de artesanatos, agricultura em regime familiar e criação de animais, como porcos, galinhas e patos, para complementar a alimentação, vendendo o excedente. Moram em casas de madeira construídas em palafita, cujo piso de acesso fica, em geral, três a quatro metros acima do solo, mais adequadas ao sistema das cheias, ou em casas flutuantes, construídas sobre toras de açacu, que resistem por mais de 50 anos.
Nas áreas de várzeas, que equivalem a áreas rurais, também há alguns pastos, porém, nos períodos de cheias, muitas vezes o gado precisa ser retirado, de barco, e levado para áreas não alagadas, o que dificulta bastante a vida dos caboclos.
Durante o trajeto podemos avistar várias casas flutuantes e outras sobre palafitas. As casas sobre palafitas apresentam as marcas do rio durante as cheias, e algumas imagens impressionam ao ver o quanto as águas estavam baixas naquele período de seca. Também conseguimos avistar alguns jacarés na região.
Gado no pasto |
Casas flutuantes |
Casas flutuantes (veja os detalhes das portas e janelas) |
Casas flutuantes e barco usado para transporte do gado |
Casas sobre palafitas (com as marcas do rio durante as cheias) |
Margens do rio no período de seca |
Posto de combustível flutuante |
Olha o jacaré |
A visita à casa de um caboclo foi maravilhosa. Peço desculpas por não me lembrar dos nomes dos moradores (esta viagem foi a mais de um ano, e perdi as anotações que fiz à época). Eles vivem basicamente da pesca e da produção local, inclusive da produção de farinha de mandioca.
Açaí |
Casa de farinha na propriedade do caboclo |
TRILHA NA FLORESTA
Outro passeio incrível é a trilha na floresta, na região do Manacapuru. É indescritível a sensação de estar na Floresta Amazônica, sentir o cheiro da mata e ouvir os sons da natureza. Vale muito a pena. O trajeto é bem tranquilo, podendo ser feito por qualquer pessoa, e os guias são sensacionais. Eles explicam sobre cada uma das principais espécies nativas, e falam sobre as propriedades das plantas medicinais. Foi muito bom esse passeio.
VISITA À CASA FLUTUANTE E ARTESANATOS LOCAIS
Mais um passeio delicioso. O local visitado fica numa região com diversas casas flutuantes onde funcionam alguns bares e cooperativas de artesanatos locais. Ao desembarcar, uma curta caminhada sobre uma passarela de madeira te leva ao lago Janauari, também chamado de lago das Vitórias-Régias. Eu já tinha visto algumas vitórias-régias no Jardim Botânico de Manaus, mas ver ali no meio da floresta foi demais! E pra completar, ainda nos deparamos com uma família de macacos-pregos bastante amistosos. Pra mim, foi o melhor passeio entre todos que fizemos nesses três dias pelo Rio Solimões.
Obs.: fiquei tão apaixonada pelos artesanatos que esqueci de fotografar...
Esse é um bar, e a casa do fundo é de artesanato local |
ENCONTRO DAS ÁGUAS
Já no retorno a Manaus, amanhecemos com o tão esperado encontro da águas dos rios Negro e Solimões.
O "encontro das águas" é um fenômeno natural facilmente visto em diversos rios da Amazônia, mas o mais famoso é este de Manaus, no encontro dos rios Negro e Solimões, sendo uma das principais atrações turísticas da capital amazonense.
O fenômeno ocorre devido à diferença de composição e acidez dos rios, aliada à temperatura e velocidade das duas correntezas. O Rio Negro, que carrega uma grande quantidade de matéria orgânica desde sua nascente na Colômbia (o que dá o tom escuro às suas águas), corre a cerca de 2km/h com uma temperatura de 28°C. Já o Solimões, que nasce nos Andes peruanos e tem uma água de aspecto barroso, devido a uma carga de sedimentos vindos da erosão de solos de origem vulcânica, faz o percurso em uma velocidade de 4 a 6km/h a uma temperatura de 22°C. Por cerca de 6 quilômetros, os dois andam lado a lado e não se misturam, até tornarem-se um só... o grande Rio Amazonas.
Na sequência das fotos do "encontro das águas", seguem mais algumas fotos desses deliciosos dias a bordo do Iberostar Grand Amazon Expedition.
Equipe do restaurante - todos muito simpáticos e atenciosos |
Show folclórico |
Matrinxã assado |
Tacacá - caldo de tucupi com goma de tapioca, camarão e jambu |
Arroz de tucupi e pato no tucupi |
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