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Treze Tílias - SC - dez/2016

Depois da rápida passagem por Castro e Carambeí, seguimos para Santa Catarina até a pequena cidade de Treze Tílias (Dreizehnlinden - em alemão), conhecida nacionalmente como "O Tirol Brasileiro".  O nome foi escolhido pelo fundador, inspirado no poema “Die Dreizehnlinden”, de Wilhelm Weber. Tília é uma árvore originária do hemisfério norte e que produz uma flor branca abundate.

Preciso deixar registrado o contratempo que tivemos para chegar na cidade. Estávamos com um GPS, que nos orientou a pegar a SC-150 e SC-464 até Salto Veloso, e depois a SC-465 para Treze Tílias, no entanto, a SC-465 não era pavimentada.  Foram cerca de 15km de estrada de chão. Tínhamos a opção de retornar, mas resolvemos seguir por ali mesmo. A estrada até que é bonita, mas se estiver com pressa, não vá por ali.

Chegamos na cidade já no fim do dia e seguimos direto para o hotel. Ficamos hospedados no Hotel Schneider, construído em estilo alpino, e com decoração em madeira entalhada a mão, todos trabalhos da própria família. O local é bem aconchegante, mas o cheiro de madeira nos ambientes é bastante forte. Só ficamos ali porque já havíamos pago, pois fizemos as reservas antecipadamente, por e-mail.

Deixamos nossas coisas no hotel e saímos para comer. Fomos ao Bierwein Pizzaria e Chopperia, no centro da cidade, próximo à prefeitura. Comemos uma pizza e retornamos em seguida, pois estávamos exaustos.

Apesar da previsão de chuva, o dia amanheceu lindo e ensolarado. E lá fomos nós conhecer a linda Treze Tílas.

Esse é o portal principal da cidade, e abaixo a nossa plaquinha, com referência à Áustria.



Treze Tílias foi fundada em 13 de outubro de 1933 por imigrantes vindos em sua maioria dos estados do Tirol, Vorarlberg, Alta Áustria e também do Tirol do Sul (região que pertenceu a Áustria entre 1363 e 1918 e que após a 1º Guerra Mundial foi anexada ao território italiano), que fugiam da grave crise econômica na Europa. Devido à Primeira Guerra Mundial, a economia austríaca estava abalada e o então ministro da agricultura da Áustria, Andreas Thaler, resolveu emigrar para o Brasil, acompanhado de algumas famílias de emigrantes austríacos do Tirol e demais regiões austríacas, em busca de melhores condições de vida. Chegaram ao centro do estado de Santa Catarina, onde encontraram um clima temperado, semelhante ao clima europeu, e terras férteis, propícias para a fundação de uma colônia organizada.

Junto com os imigrantes veio também seu estilo de construção das moradias, que pode ser visto nos detalhes das sacadas, floreiras, entalhes em madeira nas casas e na presença do campanário deixando em destaque o estilo Alpino. Os jardins também fazem parte desta cultura e, assim como as floreiras das janelas e sacadas, estão o ano todo coloridos e esbanjando beleza.

No centro da cidade está a praça Andreas Thaler, onde também foi erguido um monumento em sua homenagem. De um lado da praça está a Catedral, e do outro a prefeitura da cidade.








Depois de andar pelo centro da cidade, seguimos para o Parque Londendorf, construído numa área de 45.000m². O principal atrativo do local é a Minicidade, com pequenas construções que obedecem ao estilo tirolês. Todos os pequenos detalhes foram lembrados, desde a iluminação, praças, igreja, castelinho, prefeitura, muito verde e os rios que cortam a cidade.

O parque ainda possui animais como, capivaras, ovelhas, avestruzes, trilha para caminhada ecológica, lago com peixes, um caminho com treze tílias (treze árvores tílias) e um excelente restaurante com comidas e músicas típicas. O passeio é imperdível, e vale muito a pena almoçar no local. A comida é deliciosa, e ainda você pode apreciar uma apresentação musical típica da Áustria.


















Outro ponto turístico importante da cidade é o Mundo Tirolês, uma loja temática em estilo alpino, especializada em souvenirs, trajes, chapéus, e acessórios típicos da Áustria e Alemanha, além de artesanatos com a flor Edelweiss, artesanato local e malharia. 



artesanatos com a flor Edelwiss
Ao lado do Mundo Tirolês está a cervejaria Bierbaum. Fundada pelo irmãos Bierbaum, a fábrica foi construída em anexo ao charmoso restaurante Edelweiss, preservando em sua construção o estilo alpino, característico da região dos alpes austríacos.


Também é possível fazer uma visita interna à cervejaria, mas não tínhamos tempo suficiente, então deixamos para retornar à noite para comer uma pizza no restaurante Edelweiss, e, claro, saborear a cerveja e o premiado chopp Bierbaum.

Outro passeio bastante enriquecedor é visitar pelo menos um dos diversos ateliês de escultores da cidade. Na Secretaria de Cultura, próxima à Praça Andreas Thaler, há uma exposição permanente com uma escultura de cada artista. Fica mais fácil para escolher o ateliê a ser visitado depois de conhecer o estilo de cada um.

Nós escolhemos visitar os ateliês de Katharina Moser e Conrado Moser, ambos instalados no Hotel 13 Linden, bem próximo à Secretaria de Cultura. 

O Ateliê da Katharina estava fechado, mas fomos gentilmente recebidos pelo Sr. Conrado, que nos mostrou seu trabalho e nos contou muito sobre a história da cidade, sobre a chegada dos imigrantes, as dificuldades por que passaram... Foram momentos verdadeiramente preciosos.




Uma coisa que nos chamou bastante atenção na cidade foram os galos nos telhados das casas. Por todos os lados é possível vermos esses galos em alumínio ou madeira, como se fossem cataventos. É uma tradição do Tirol, e que deixa a cidade ainda mais charmosa.



Para fecharmos o dia com chave de ouro, lá fomos nós ao Restaurante e Pizzaria Edelweiss... Pizza super recheada com massa fina e crocante, cerveja e chopp gelados e excelente companhia. Não podia ser melhor.






No dia seguinte, antes de seguirmos viagem, fomos visitar o Museu Municipal Andreas Thaler, outra homenagem ao fundador da cidade.

No ano de 1934, o então Ministro da Agricultura da Áustria, Andreas Thaler (organizador da colonização), mudou-se definitivamente para a colônia no Brasil, e entre os anos de 1934 e 1936 foi construída sua residência, projetada pelo arquiteto Bruno Kracher, que passou a ser chamada de "Castelinho", referência ao seu tamanho e imponência para a época.

O Castelinho tornou-se museu em 13 de outubro de 2002, e conta com vários objetos da colonização, peças de arte, utensílios de trabalho e ainda ambientes que mostram como era a vida nos anos 30.

O que me chamou bastante a atenção foram as fotos de cada grupo de imigrantes austríacos que desembarcaram no Rio de Janeiro, na sua maioria agricultores, trazidos da região do Tirol por Andreas Thaler para colonizarem as terras por ele escolhidas em Santa Catarina, onde hoje é a cidade de Treze Tilias. Achei muito interessante a preocupação que ele teve em registrar cada um desses momentos.





Deixamos a charmosa cidade e seguimos para nosso próximo destino. Pela estrada passamos por diversas plantações de maçãs, pois a região é conhecida como "terra da maçã".  Quando os frutos estão bem maduros é possível sentir o cheiro de maçã no ar. Me lembro de uma outra viagem que fizemos por Santa Catarina. Era inverno e as frutas exalavam seu delicioso aroma, perfumando toda a região.



Nossa próxima parada foi em Antônio Prado, a cidade mais italiana do Brasil.

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