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Diário de viagem - Peru - 2018 - parte 3 - Cusco e Vale Sagrado

  • Dia 03 de setembro de 2018 - continuação
Depois de horas de viagem a partir de Puno, no confortável ônibus da Cruz de Sur, apreciando as lindas paisagens dos Andes pelo caminho, chegamos à mística cidade de Cusco, principal cidade do Vale de Huatana, ou Vale Sagrado dos Incas, cujo nome, na língua quíchua, significa "umbigo do mundo".

A cidade de Cusco está situada a 3 400 metros acima do nível do mar. Era a capital do Tahuantinsuyu, ou Império Inca. Lendas atribuem a fundação de Cusco ao Inca Manco Capac no século XI ou XII.

Chegando ao terminal rodoviário de Puno, pegamos um taxi até o Niños Hotel Meloc, localizado na região central da cidade. O hotel é simplesmente maravilhoso... aconchegante, quartos e banheiros grandes, tudo muito limpo e muito bem decorado, e excelente restaurante. Fizemos nosso chek-in, deixamos as malas no quarto e saímos para dar uma volta pela cidade. Estávamos a 600m da Praça das Armas.

Logo de cara nos deparamos com um desfile de crianças com trajes típicos. Era um evento local.



No caminho, passamos em uma agência de turismo próxima ao hotel para comprarmos o passeio pelo Vale Sagrado para o dia seguinte. Há várias opções de passeios, e o mais procurado é o de um dia pelos principais pontos turísticos do Vale: Chinchero, Salinas de Mara, Moray, Ollantaytambo e Pisac, incluindo almoço. Nós já havíamos planejado dormir a noite seguinte em Ollantaytambo pra conhecer o lugar com mais tempo (e vale a pena porque é lindo), e também já havíamos comprado as passagens de trem para Machu Pcichu saindo de lá, então queríamos um passeio no qual Ollantaytambo fosse a última parada, porque aí não precisaríamos retornar para Cusco, mas para isso teríamos que contratar um passeio privativo, e ficaria muito mais caro do retornarmos para Cusco e ir para Ollantaytambo após o passeio. Então compramos o passeio tradicional mesmo (esse passeio é oferecido por todas as agências de turismo da cidade, e não há muita diferença de preços, então, não se preocupe em comprar com antecedência).  Passariam às 8:00 do dia seguinte para nos pegar no hotel.

Passeio comprado, seguimos para a Praça das Armas, onde também está localizada a sede da Inca Rail, companhia que faz o trajeto de trem até Machu Picchu. Compramos nossas passagens antecipadamente pelo site, mas precisávamos trocar os vouchers pelos tickets, porque no dia seguinte não teríamos tempo. Tudo resolvido, hora de apreciar a noite de Cusco, e jantar num dos muitos restaurantes ao redor da praça. Saiba mais no post "O que e onde comer em Lima e outras cidades do Peru".



  • Dia 4 de setembro de 2018

Apesar do jantar maravilhoso da noite anterior, algo ali não me fez bem e passei mal a noite toda. Acredito que tenha sido a carne de alpaca, pois fiquei sabendo depois que é uma carne de difícil digestão. Infelizmente, estamos sempre sujeitos a imprevistos, em qualquer viagem. Não estava em condições de fazer o passeio pelo Vale Sagrado programado para aquele dia, então minha irmã foi sozinha e eu e o Marcelo ficamos no hotel. Consegui sair da cama só por volta do meio dia. Pedi um espaguete ao pesto no restaurante do hotel, mas, apesar de delicioso, não consegui comer tudo. Resolvemos sair um pouco, e aproveitamos para passar na agência pra tentar negociar o passeio para outro dia. Tivemos que pagar uma diferença, mas conseguimos trocar para o dia 06/09.

Dali, descemos até a Praça das Armas, apreciando a arquitetura e as construções históricas da cidade.

A Praça das Amas, conhecida entre os Incas como lugar de encontro (“Huacaypata”, no original inca), é o marco de todo o Centro Histórico da cidade onde se concentram as construções mais impactantes de Cusco, como a Catedral Basílica da Virgem Assunção e a Igreja da Companhia de Jesus, além dos principais serviços voltados para o visitante, como casas de câmbio, restaurantes e agências de turismo. Ali, o colonizador espanhol Francisco Pizarro declarou a conquista da cidade.

Catedral Basílica da Assunção da Virgem, e Igreja da Companhia de Jesus, à direita.


A Catedral Basílica da Assunção da Virgem, principal templo da cidade, levou mais de 100 anos para ser construída (1560  - 1654). Sua arquitetura híbrida, que mescla os estilos gótico-renascentista e barroco, fazem do local um dos mais belos cartões postais da cidade.

Ao lado da Catedral está a Igreja da Companhia de Jesus, construída em 1571 pelos jesuítas sobre o antigo palácio do Inca Huyna Capac, e é uma das mais lindas amostras do estilo barroco andino.
 
Ao lado da igreja havia uma entrada para um mercado e artesanato local, onde havia algumas lhamas.
 

 

 
Dali seguimos caminhando até um dos lugares mais bonitos e impressionantes da cidade, o Coricancha, ou Qurikancha na língua quéchua, que significa "recinto de ouro" ou "templo dourado", originalmente denominado Inti Kancha, ou "Templo do Sol".
 

 

 

Feito de pedras polidas e encaixes harmoniosos, Coricancha foi construído pelo imperador inca Pachacuti, assim como muitas outras edificações de seu mandato, por motivo de um vitória acometida contra os chankas por volta de 1438.

Destaca-se no complexo o Templo de Qorikancha ou Templo do Sol. Era um local sagrado de rituais e oferendas ao deus Sol, cultuado pelos Incas. Nele habitava o sumo sacerdote Willaq Umu, e só tinham autorização de ingressar, o Inca (imperador), os sacerdotes e as virgens do sol. Suas paredes eram cobertas por folhas (lâminas) de ouro sólido e o adjacente foi preenchido com estátuas douradas. O Templo do Sol era também um observatório onde altos sacerdotes monitoravam atividades celestes. Além do Templo do Sol, havia outros espaços de adoração como o Templo da Lua, o Templo de Vênus e as Estrelas, o Templo Illapa ou Chuki Illapa (significa o mesmo que raios, relâmpagos e trovões), o Templo K'uychi (ou arco-íris) entre outros espaços.

Foi destruído pelos conquistadores espanhóis, mais precisamente pelos religiosos dominicanos, que sobre ele erigiram o Convento e a Igreja de Santo Domingo. A construção levou um século para ser finalizada, e foi uma das muitas edificações que os espanhóis aproveitaram o alicerce de pedras incas para erguerem edifícios coloniais. De forma interessante, o grande terremoto de 1950, destruiu a construção dos padres dominicanos e expôs o Templo do Sol, que resistiu firmemente ao terremoto, graças às técnicas incas de construção.

Esta teria sido a segunda vez que aquela construção dos dominicanos fora destruída, sendo que a primeira vez fora em 1650, quando a construção espanhola era bem diferente. 

Além da construção impressionante, o local conta com obras de arte, jardins floridos e uma belíssima vista da cidade, além de um espaço com atendimento médico que me foi muito útil naquele dia. Eu ainda não tinha me recuperado do mal estar que tive à noite, e me colocaram no oxigênio. Só então é que eu percebi o quanto estava precisando de oxigênio. Saí dali renovada.

Convento construído sobre o templo Inca.


Para finalizar nosso passeio pela cidade, demos uma passadinha no Mercado Central de São Pedro, um autêntico mercado municipal onde se encontra de tudo... frutas e verduras, queijos, carnes, embutidos, grãos e artesanato em geral.

Já no final do dia, retornamos para o hotel, e minha irmã também já tinha retornado do passeio pelo Vale Sagrado. Arrumamos nossas malas e fizemos o check-out no hotel para um "até breve". Nossos planos: seguir para Ollantaytambo, onde dormiríamos uma noite, e depois para Águas Calientes, onde dormiríamos outra noite para visitarmos Machu Picchu. Dia 06 retornaríamos para Cusco.

Clique abaixo para ver as postagens dessa parte da viagem, nos dias 05 e 06:

- Ollantaytambo

- Machu Picchu


  • Dia 6 de setembro de 2018
Chegamos em Cusco por volta das 11:00 da noite. O retorno de Águas calientes até Ollantaytambo foi de trem, e de Ollantaytambo até Cusco foi ônibus da Inca Rail, super confortável. A parada do ônibus fica em frente ao Hotel Costa del Sol, localizado há apenas 350m do nosso hotel. Mas considerando o cansaço em que estávamos, o horário tardio, e a subida íngreme até lá, optamos por pegar um táxi. Nosso erro: não ter perguntado o valor antes, pois o taxista nos cobrou o dobro do valor que pagamos da rodoviária até o hotel no dia em que chegamos em Cusco, que ficava há mais de 1km de distância.
 
 
  • Dia 7 de setembro de 2018
Depois de uma deliciosa noite de sono, acordamos cedo para o nosso passeio pelo Vale Sagrado. Nesse dia minha irmã ficou em Cusco, já que ela havia feito o passeio no dia em que passei mal.

Clique aqui para saber tudo sobre nosso passeio pelo Vale Sagrado.

Retornamos para Cusco já no final do dia. Apesar do cansaço, ainda saímos para jantar no maravilhoso restaurante Ceviche Seafood. Veja mais na postagem "O que e onde comer em Lima e outras cidades o Peru". Foi uma excelente escolha para fechar nossa viagem com chave de ouro.

 

  • Dia 8 de setembro de 2018
Dia e retornar para casa. Acordamos de madrugada, porque nosso vôo de Cusco para Lima estava marcado para às 5:35, ou seja, dormimos só até às 02:00 da madrugada e pegamos um táxi até o aeroporto. Fizemos uma escala em Lima e depois em Guarulhos, até chegarmos em Londrina. No final do dia estávamos em casa, depois de dias maravilhosos em lugares incríveis.
 

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