Diário de viagem - Portugal - parte 5 - Lisboa e Cascais
- Dia 29 de setembro de 2017
Nosso último dia em Lisboa estava reservado para um passeio por Cascais e por algumas praias da região. Para isso, alugamos um carro para facilitar a locomoção, e no dia seguinte já seguiríamos para o norte de Portugal.
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Como a agência só abria às 8:30, eu e o Marcelo acordamos e cedo e saímos para fazer alguns registros fotográficos pela manhã.
Praça do Comércio e Arco da Rua Augusta |
Pensamos em tomar um café no emblemático "Café A Brasileira", muito frequentado por Fernando Pessoa, que ganhou uma estátua em frente ao estabelecimento. Mas como ainda estava fechado, resolvemos tomar nosso café na Confeitaria Nacional, uma das mais antigas casas de doces da Europa, fundada em 1829.
Depois do café retornamos para o apartamento ao encontro do resto da turma, e fomos à agência pegar nosso carro. Dali seguimos para Cascais.
A Vila de Cascais, pertencente à cidade de mesmo nome, à semelhança do que aconteceu nos últimos anos com as cidades de Lisboa, Porto e Fátima, tornou-se um dos principais destinos do turismo em Portugal.
Situada junto à costa, muito do seu patrimônio monumental relaciona-se
com a defesa e a navegação. Como tal, em termos de arquitetura,
destacam-se os muitos fortes, situadas entre a praia do Abano e São Julião da Barra, e que foram, até ao século XIX,
de extrema importância para a defesa de Lisboa. Além destes,
destacam-se as muitas ruínas romanas e visigóticas (vilas e necrópoles),
igrejas e capelas, bem como casas senhoriais da antiga nobreza
portuguesa que, a partir dos finais do século XIX, começou a utilizar esta costa como área de veraneio.
Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes |
Igreja Paroquial de Nossa Senhora da Assunção |
Fortaleza de Nossa Senhora da Luz, onde hoje funciona um hotel |
Marina de Cascais |
Depois de uma caminhada pela charmosa vila, seguimos pela costa até a Boca do Inferno.
O nome "Boca do Inferno" atribuído a este local deve-se à
analogia morfológica das rochas na falésia, com cavidades formadas pelos embates violentos e impiedosos do mar.
É bem possível que o local tenha sido uma antiga gruta. Com o
abatimento das camadas superiores a gruta teria sido destruída, restando
uma enorme cavidade a céu aberto.
Dali seguimos para o Cabo da Roca, com uma parada para almoço no Restaurante Porto Santa Maria, a cerca de 8,5km de Cascais. O restaurante foi indicação de um amigo de meu pai, e repasso a indicação. Excelente atendimento, tudo muito fresco e delicioso, e uma bela vista para o mar.
Não poderiam faltar as tradicionais Amêijoas a Bulhão Pato |
O melhor risoto de limão siciliano que já comi |
Antes de chegarmos ao Cabo da Roca, ainda fizemos uma parada rápida para conhecer o bar Moinho Dom Quixote. Tinha lido a respeito do local em algum blog, e quis muito conhecer. Foi uma pena estarmos só de passagem, pois o local é perfeito para um descanso em meio à vegetação abundante, e um convite para contemplar o horizonte. No interior, a decoração com cores vivas e muitos objetos chamam a atenção. E ainda oferece uma variedade de lanches, nachos e cocktails.
Depois de um breve descanso, seguimos para o Cabo da Roca, o ponto mais ocidental de Portugal continental, assim como da Europa continental.
O local é visitável, não até ao extremo, mas até uma zona à altitude de 140 m. Luís Vaz de Camões descreveu-o como o local “Onde a terra se acaba e o mar começa” (in Os Lusíadas,
Canto III). Na local existe um farol (Farol do Cabo da Roca) e uma loja turística. Está inserido no Parque Natural de Sintra-Cascais, numa zona de fáceis acessos e de grande afluência turística.
Nossa última parada do dia foi em Azenhas do Mar, uma aldeia no litoral do conselho de Sintra, com uma paisagem pitoresca. Desenvolveu-se ao longo de uma ribeira (linha de água que corre para o Atlântico e quebra as arribas da costa), na qual existiam azenhas (moinhos d'água - daí o nome). Tem na base uma praia que forma uma piscina oceânica. Pena que o tempo estava nublado e não foi possível registrar com nitidez a beleza do local.
Ao final do nosso passeio, retornamos para Lisboa, e para fechar o dia com chave de ouro, fomos jantar no emblemático Restaurante Tavares, o mais antigo do país e o quarto mais antigo do mundo, inaugurado em 1784.
Citado por Eça de Queirós em "Os Maias", o luxuoso restaurante é um dos símbolos da gastronomia e da arquitetura de Lisboa.
No Tavares, ainda solitário àquela hora, um moço areava o sobrado. E enquanto esperava o almoço, Ega percorreu os jornais. [...] Ega sorriu, cofiando o bigode. Justamente o bife chegava, fumegante, chiando na frigideirinha de barro. Ega pousou a Gazeta ao lado, dizendo consigo: "Não é nada malfeito, este jornal!"
O bife era excelente: — e depois duma perdiz fria, dum pouco de doce de ananás, dum café forte, Ega sentiu adelgaçar-se enfim aquele negrume que desde a véspera lhe pesava na alma. [...]
O relógio do café deu dez horas. "Bem, vamos a isto", pensou Ega.
O bife era excelente: — e depois duma perdiz fria, dum pouco de doce de ananás, dum café forte, Ega sentiu adelgaçar-se enfim aquele negrume que desde a véspera lhe pesava na alma. [...]
O relógio do café deu dez horas. "Bem, vamos a isto", pensou Ega.
Eça de Queirós, Os Maias, 1888
Frequentado por diversas celebridades
portuguesas e internacionais, no passado e no presente, suas mesas são
marcadas em homenagens a algumas dessas celebridades. Ao fazer uma reserva, você pode escolher de acordo com uma pessoa que admira. Nós escolhemos uma mesa que fica num espaço antes preferido por Eça de Queirós.
Relógio citado por Eça de Queirós |
Ceviche de salmão |
Atum grelhado com purê de feijão branco e limão sociliano |
Depois do magnífico jantar, paramos para um café no Café A Brasileira, um lugar muito frequentado por Fernando Pessoa, que ganhou uma estátua em frente ao estabelecimento.
Próximo ao café está a Livraria Sá da Costa, onde é possível encontrar livros antigos originais de diversos escritores portugueses. Ótima opção de lembrança de viagem!
E assim termina nossa passagem por Lisboa... e espero em breve retornar...
Mas a viagem continua por Portugal...
Fonte:
Wikipédia
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