Lapa - PR - nov/2021
A Lapa, localizada a 70km da capital paranaense, na região dos Campos Gerais, é uma das cidades mais antigas do Paraná, e possuiu o maior conjunto arquitetônico histórico do estado. São 258 construções tombadas pelo Patrimônio Histórico Nacional.
O município, que retrata o Brasil do século XIX, teve sua origem com a passagem dos tropeiros na região, os quais foram muito importantes para a economia do país. Antes mesmo das construções de rodovias e ferrovias, além de serem transportadores, eram comerciantes. Essa época foi registrada por Poty Lazzaroto com o Monumento ao Tropeiro, no mural de entrada da cidade.
No Centro Histórico existem marcas nas ruas e residências do bairro que
lembram um episódio da trajetória política brasileira: o Cerco da Lapa.
Foi uma batalha que teve um papel importante na história do Brasil, a
qual teve 26 dias de duração. A Lapa foi uma das responsáveis pelo fim
da Revolução Federalista, em 1894. A missão dos lapeanos foi frear o
avanço dos sulistas maragatos, comandados pelo general Gumercindo
Saraiva, que já haviam tomado Curitiba. O exército local era formado, em
sua maioria, por civis. A organização dos pica-paus garantiu a vitória
sobre os Maragatos.
A Lapa tem atrações para todos os gostos: história, arquitetura, natureza e gastronomia. Começando pelo Centro Histórico, temos alguns pontos de destaque:
Igreja de Santo Antônio
A construção da igreja é típica do período colonial, com a fachada
característica da época, concluída em 1784. A Igreja Matriz de Santo
Antônio faz parte do Patrimônio Artístico e Histórico Nacional.
Theatro São João
O espaço, que tem a fachada amarela e o
interior feito de madeira, funciona até os dias de hoje. O Theatro
recebeu a visita do papa Dom Pedro II e da imperatriz Thereza Christina,
que estiveram na Lapa em 1880.
Museu histórico, à esquerda, e Theatro, à direita |
Museu Histórico
O museu encontra-se ao lado do Theatro
São João. Lá, estão gravuras e peças raras que relembram o combate
Cerco da Lapa, como objetos pessoais do General Carneiro, espadas,
roupas dos republicanos etc. No interior do museu é preciso usar chinelos próprios para não danificar o piso original. (foto da fachada acima, ao lado do teatro).
Casa da Memória
Conhecida também como a Casa dos Cavalinhos, a Casa da Memória, foi construída em 1888, e o espaço abriga livros raros trazidos por lapeanos que estudaram fora do Brasil. A casa é decorada com nuvens nas paredes e, cavalos alados que enfeitam a fachada.
Panteon dos Heroes
Canhões e fachada imponente marcam o
Panteon dos Heroes. O local abriga restos mortais de heróis lapeanos,
que faleceram no Cerco da Lapa.
Casa Lacerda
Um dos principais pontos para visitação é a Casa Lacerda, museu federal, localizada em frente ao Panteon dos Heroes. Para quem quer conhecer como era um lar de uma família abastada do Século XIX, é uma ótima opção. A mobília e decoração de todos os ambientes são originais da época.
Museu das Armas
Foi a primeira cadeia da cidade, que abriga a Câmara dos Vereadores e foi
transformada em um museu. Lá, encontram-se as munições, canhões, fuzis,
balas, coleções de equipamentos utilizados na Revolução Federalista e
outras guerras.
Mais imagens do encantador Centro Histórico da Lapa:
Durante a caminhada pelo centro histórico, fizemos uma pausa para comer uma "coxinha de farofa", iguaria tipicamente lapeana. A história que deu origem a esse salgado típico da cidade remonta aos
anos 40, quando durante uma festa em louvor a São Benedito, Maria da
Glória Ribas Kuss, que coordenava os trabalhos
de cozinha da festa, teve a ideia de juntar a farofa que recheava o
frango assado e envolvê-la com massa de pastel. A invenção fez tanto sucesso que virou tradição da cidade.
Santuário de São Benedito
Um pouco afastado do Centro Histórico da cidade, o Santuário de São Benedito é considerado o maior santuário dedicado ao santo em todo o mundo. Sua edificação atual (terceira igreja construída no mesmo local) teve sua pedra fundamental lançada em 04 de maio de 1947 e foi completamente concluída no Natal de 1962. Toda a obra foi feita em etapas, durante o período de 15 anos, sempre contando com a generosidade dos moradores da cidade e do interior.
Gruta do Monge
Segundo a história que contam, o monge João Maria D’Agostinis viveu numa gruta na montanha com formações rochosas. O local virou ponto de peregrinação com valor místico. “São João Maria”, como era conhecido, se dedicava ao estudo das plantas da região, medicava enfermos, fazia profecias e orações. Por isso, o local, que faz parte do Parque Estadual do Monge, é procurado por pessoas que buscam a cura para seus males. O parque possui uma significativa vegetação, além de quedas d´água e um mirante. No alto da elevação, quase na entrada do parque, está a estátua de Cristo abençoando a cidade.
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